sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Homenagem a Alexandre Araújo



Alexandre Araújo merece todas as homenagens

Segunda-feira, 2 de julho, 2012 por jailsonpaz às 8:08 pm - Blog Meio Ambiente - Diário de Pernambuco




Bertrand Sampaio de Alencar, doutor em Desenvolvimento Urbano e Regional e coordenador da Unidade Gestora de Projetos de Resíduos Sólidos do Itep.


No dia 30 de junho, mês em que se comemora o meio ambiente, no ano de 2012, em que as previsões de Michel de Notredame, o profeta Nostradamos apontavam para uma onda de violentas transformações no planeta, que poderia levar à extinção da vida na Terra ou ao início de uma nova era para a humanidade, dependendo da interpretação, perdemos o melhor de todos os ambientalistas do Estado e uma das maiores referências no Brasil, Alexandre Araújo.


Inspirado por Vasconcelos Sobrinho, nossa maior referência em questões ambientais, Alexandre Araújo e um grupo de estudantes e professores fundaram em 5 de junho de 1979 a primeira e mais importante entidade de defesa do meio ambiente em Pernambuco, a Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).
Ecólogo, inquieto, militante de primeira linha, honesto, irreverente, correto, persistente como deve ser a sustentabilidade, Alexandre Araújo lutou a vida inteira pela defesa do meio ambiente. A sua vida foi totalmente dedicada à causa ambiental. Professor e profundo conhecedor da biologia, da fauna e da flora e, sobretudo, das relações com o ser humano, Alexandre Araújo foi um formador de pessoas, idealizador de projetos ambientais e profundo articulador de ações em defesa do meio ambiente.


Alexandre Araújo sempre apontava caminhos para reverter o atual quadro de tendências à degradação ambiental, procurando estimular a análise e a discussão do modelo de desenvolvimento hegemônico imposto em nível global, sua lógica, seus beneficiários, o comprometimento ambiental e suas limitações para a garantia da equidade de acesso a estes benefícios, assim como suas consequências para as gerações futuras, bem como o rebatimento deste modelo no nível local.


Desde 2008 ele se dedicava ao Instituto Nova Ação para Educação, Cidadania e Meio Ambiente (INA), realizando estudos e implantando projetos de organização socioambiental, cujas prioridades estavam direcionadas à educação ambiental, organização dos catadores de materiais recicláveis e coleta seletiva na comunidade do Fosfato, bairro da Matinha, em Abreu e Lima.


Não acreditava, apesar de continuar lutando, que o meio ambiente pudesse ser preservado nestes tempos de capitalismo que erroneamente chamam de selvagem, pois dizia que o mercado é isso mesmo que está aí, destruidor do meio ambiente, corrupto e corruptor, concentrador de riqueza e ampliador da pobreza, tudo o que Alexandre Araújo abominava. Suas ações e intervenções sempre procuraram reforçar a capacidade de intervenção naquilo que acreditava como ação coletiva, a sociedade civil, notadamente do movimento ambientalista em Pernambuco e no Brasil.


Deixa duas filhas, Larissa e Iana, nas quais procurou sentido para viver nos últimos anos. Na mesma data em que nasceu Joseph Dalton Hooker, botânico, explorador e naturalista inglês e que faleceu o naturalista francês Alcide Charles Victor Marie Dessalines d’Orbigny, morre o ambientalista Alexandre Araújo aos 52 anos.
A lua hoje, transição de quarto crescente para cheia, pareceu um pouco vermelha à noite. Neste 30 de junho a temperatura chegou a mais de 40 graus em diversos países.


A defesa do meio ambiente está enfraquecida para tristeza de todos que acreditam em um presente e futuro melhor para a humanidade. Alexandre Araújo merece todas as homenagens.

Na reunião do CONSEMA/PE, em 27.07.12, em Taquaritinga do Norte, o conselheiro Alexandre Moura, representando a APIME, fez uma homenagem a Alexandre Araújo.

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